Nota de Imprensa
14/01/2010 11:21
Nota de imprensa
Resposta a Comunicado emitido pela JSD Nacional
Após a tomada de conhecimento da posição da JSD Nacional sobre os projectos de lei, recentemente, aprovados na Assembleia da República acerca do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a JS Feira não pode deixar de expressar a sua opinião.
É com desagrado e espanto que a JS Feira assiste ao termo “roubo da Democracia”. Considera então, a JSD, que não respeitar a petição assinada por 90 mil cidadãos nacionais é equivalente a silenciar o povo português.
Estará a JSD a esquecer-se que vivemos numa democracia representativa e que PCP, PS e BE se declararam favoráveis ao casamento homossexual? Saberá a JSD que PCP, PS e BE constituem cerca de 55% dos deputados da Assembleia da Republica representando mais de 5 milhões de eleitores nacionais? Se não sabem, elucidámo-los e frisamos a diferença de números: 90 mil contra 5 milhões!
Afirma a JSD que não está em causa a legitimidade do parlamento, mas sim a utilização da figura do referendo “quando convém”, isto é, oportunisticamente. Sobre isto, o que terá a JSD a dizer à não realização do referendo ao Tratado de Lisboa? Recordamos os jovens Sociais-democratas que a rectificação do Tratado foi obtida com os votos favoráveis do PSD, PS e CDS-PP, sendo que no final a bancada do PSD aplaudiu de pé a aprovação do diploma.
Onde esteve a preocupação da JSD em dar a voz ao povo? Aqui em que se analisava um tratado que interferiria na vida de todos os portugueses, sem excepção, nada disse a JSD, mas quando se trata de escrutinar actos voluntários e conscientes entre maiores de idade, já consideram que todos os portugueses têm algo a dizer. Como se diz na gíria futebolística, estamos perante dualidade de critérios.
Sejamos claros e despreconceituosos. Os direitos e deveres das minorias não podem nem devem ser referendados, sob pena de uma maioria impedir uma minoria de alcançar a sua plena felicidade. Para além de ser uma discriminação baseada na orientação sexual e, como tal, anticonstitucional, é eticamente censurável. Referendar sobre minorias não é aclamar a Democracia…é impor a ditadura da maioria!
Quando duas pessoas do mesmo sexo, maiores de idade, livres e conscientes decidem, voluntariamente, celebrar um contrato que os une (denominado casamento), em que é que o comum dos portugueses sai prejudicado? O que perde a sociedade? A resposta é nada. Enquanto todos os membros de uma sociedade não poderem alcançar as suas aspirações e desejos, isto é, a sua felicidade, não estaremos habilitados a viver numa sociedade justa e solidária.
A hipocrisia da JSD atinge o seu auge com a expressão “A JSD é sensível e reconhece a importância de eliminar as discriminações que sofrem hoje os casais homossexuais”. Tudo isto é extraordinário, porque logo a seguir indicam que o problema não é prioritário. Então, mas o diploma recentemente aprovado impediu que outros problemas fossem debatidos? E se não tivesse sido debatido/aprovado, já não estaríamos em crise?
Meus Senhores deixem-se de demagogia, porque todos os dias e todas as horas que passam sem os direitos das minorias estarem assegurados é um capítulo negro da história de um país que se escreve.
Juventude Socialista
Concelhia de Santa Maria da Feira
O Secretariado.
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